Repouso
Todo amor repousa
Repousa numa caixa
Selado e esquecido
Já que não ousa,
Não se queixa, a levar se deixa
Porque nunca foi ouvido...
Todo amor repousa numa gaveta
A 7 chaves trancada
E já há muito empoeirada
Devido a uma de suas facetas
Todo amor repousa numa sala escura
Onde nem a mais forte luz perdura
Onde só há amargura
Onde não há qualquer armadura
Que resista e abafe a tortura...
Lugar que às vezes visito
Visita quase sempre sonhada
Poucas vezes concretizada
Sempre por demais esperada
Por ser o encontro com o que cito
E o tempo, senhor de enganos
Levou embora meus sonhos
Roubou minhas emoções,
Comiserações...
Sem clemência furtou-me
Da ausência e omissão de dó, misericórdia, piedade...
Abundou o árduo peso da indulgência,
Sobejou da penosa penalidade
Relembrando-me vez por outra
Que não estás mais comigo
Que meu choro já não é ouvido
Que meu sussurro no espaço é perdido
Que meu peito já está por demais dorido
Que entre sonhos subsisto
De sentimentos novos e antigos
Sobrevive minha mente.
Por breves momentos, instantes
Meu (sub)consciente nada sente
Por curto tempo, período
O escuro e sombrio visito
Em busca de abrigo
À procura de repouso... Alívio...
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