segunda-feira, 6 de julho de 2009

Repouso



Repouso

*

Todo amor repousa

Repousa numa caixa

Selado e esquecido

Já que não ousa,

Não se queixa, a levar se deixa

Porque nunca foi ouvido...

*

Todo amor repousa numa gaveta

A 7 chaves trancada

E já há muito empoeirada

Devido a uma de suas facetas

*

Todo amor repousa numa sala escura

Onde nem a mais forte luz perdura

Onde só há amargura

Onde não há qualquer armadura

Que resista e abafe a tortura...

*

Lugar que às vezes visito

Visita quase sempre sonhada

Poucas vezes concretizada

Sempre por demais esperada

Por ser o encontro com o que cito

*

E o tempo, senhor de enganos

Levou embora meus sonhos

Roubou minhas emoções,

Comiserações...

Sem clemência furtou-me

Da ausência e omissão de dó, misericórdia, piedade...

Abundou o árduo peso da indulgência,

Sobejou da penosa penalidade

*

Relembrando-me vez por outra

Que não estás mais comigo

Que meu choro já não é ouvido

Que meu sussurro no espaço é perdido

Que meu peito já está por demais dorido

Que entre sonhos subsisto

*

De sentimentos novos e antigos

Sobrevive minha mente.

Por breves momentos, instantes

Meu (sub)consciente nada sente

Por curto tempo, período

O escuro e sombrio visito

Em busca de abrigo

À procura de repouso... Alívio...

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