Nuvem

Nuvem
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Negrume celeste
Testemunha e guardiã do que agüento,
Do que sinto
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Negrume celeste
De minha petição é a única ouvinte
E conivente
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Às vezes o tempo pára
Porém nada se altera
Nada é o que se espera
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Às vezes o tempo pára
Mas só para mim
E apenas em mim
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Às vezes o tempo pára
Porém de nada adianta
Pois não posso romper a tranca
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Numa outra dimensão
A incerteza finda
E a falta de sentimento abunda
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Numa outra dimensão
Que jaz coração
Mentir se tornou solução
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Numa outra dimensão
Esperança se tornou um dom
Em meio a tanta perdição
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Numa outra dimensão
Não há tempo
Não há luz
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Chuva... Ah! São lágrimas...
Único brilho no escuro, sombrio e triste lugar
Que assemelhar-se-á a lágrimas (d)e estrelas...
Estrelas de mim sobre ti...
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Estrelas de mim sobre ti
Porque assim como estrelas
Lagrimas estão tão distantes que não pode atingir
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Estrelas de mim sobre ti
Porque demoras tanto a intuir
Que ao atingir já parou a muito de fluir
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Gira mundo devagar
Como se talvez o pudesse controlar
...O pudesse alcançar
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Mas bem sabes que sobre o nada gira
Sobre o nada agoniza
Sobre o nada expira
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Olhos fechados para pedir
Talvez uma luz para luzir,
Um caminho para sair
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Brilha lágrima no negrume
Porque mais um dia findou
Mais da escassa luz se apagou...
*
Brilha lágrima no negrume
Pois és já tão constante
Que se tornou coadjuvante