Eterno / Saber
Não é capaz de saber
O que fiz por você:
Milhares de lágrimas derramadas,
Dor em gritos transformada;
Mantendo minha alma enganada,
Sustendo minha mente aplacada,
Mantendo-me dopada...
Sendo por ti enganada,
Sendo subjugada,
Sendo ignorada,
Sendo anulada...
Fui abandonada
E tive como resultado diversas chagas.
Que não precisavam nem de toque para doer,
Basta um olhar para que sangrem.
E apesar de tudo você não ouviu,
Não atentou.
Só perdurou o horrendo silêncio,
Mesmo com meus gritos de dor,
Mesmo com os desabafos pelo desamor.
Já não careço de ajuda!
Já me ergui tantas vezes
Que o apoio não é necessário.
É completamente dispensável!
Dispenso e desprezo por completo seu auxílio!
Já não me importa...
Não me importa!
Se ao menos uma vez não acordasse atormentada...
Já com sensação angustiada...
Sentindo-me derrotada...
Não sentindo o fundo do poço...
Não morrendo de novo...
Quanto mais eu penso
Mais afundo,
Mais me afogo,
Mais eu caio,
Mais me quebro,
Mais eu morro...
E já invertendo o que tenho
Tomo por portas, janelas e
Tomo verdades por mentiras
Obscurecido e confuso âmago
Já não distingue o real
Com tantos pensamentos ambíguos
Já não confio em mim,
Mais eu morro...
E quanto mais eu penso
Mais afundo,
Mais me afogo,
Mais eu caio
E o cair parece perpétuo...
Mais me quebro
E parece que tenho mesmo de quebrar...
Mais eu morro...
Tenho mesmo que morrer?
Já não me importa o seu falar,
O seu gritar,
O seu linguajar...
Podes dizer o que quiseres,
Mas não mais me quebrarás.
Já estou longe...
Já devo respirar,
Não posso continuar afundada!
Pareço morrer novamente...
Pareço afundar...
Me afogar...
Cair perpétuo...
Quebrar por completo...
Tragar eterno...
Eterno...
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