segunda-feira, 22 de março de 2010

Quem poderia dizer que é mentira?



Quem poderia dizer que é mentira?


Fui matando meus heróis aos poucos,

Pois percebi que de heróis nada tinham.

Não havia lição para aprender. Heróis não existiam.


Sou uma contradição.

Não faço sentido, ele fugiu de minha mão.


Perco-me. Vagando sem rumo.

Fingindo que não preciso de ninguém,

Fingindo que não preciso de um lugar só meu.


E quem poderia dizer que é mentira?

Ocultação faz parte de minha vida.


Minhas memórias não são só memórias.

São fantasmas que me sopram os ouvidos,

São pesadelos que, quando acordada, me perturbam o juízo.


Esforço-me para dar o melhor de mim

Pois só assim

Disfarço o carmim.


Sou despedaçada, dilacerada

Todas as vezes que sou lembrada.


Minhas memórias não são só memórias.

São fantasmas que me sopram os ouvidos,

São pesadelos que, quando acordada, me perturbam o juízo.


E quem poderia dizer que é mentira?

Ocultação faz parte de minha vida.


Mas já não importa.

Sou antônimo confesso.

E apenas ilusão faz progresso.


Não há nexo.

Tudo em mim e para mim é deveras complexo.


Sou uma aberração.

Foge ao meu controle ser como a multidão.


Sou barco sem rumo

Simulando não precisar de porto seguro.


E quem poderia dizer que é mentira?

Ocultação faz parte de minha vida.

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