segunda-feira, 22 de março de 2010

É o mesmo sinal


É o mesmo sinal



E é o mesmo sinal a tocar novamente

Enquanto o meu corpo sofre

a minha mente mente

Enquanto minha mente delira

meu corpo se faz ausente



E é o mesmo sinal a tocar novamente

Enquanto nuvens chuvosas preenchem o meu céu completamente

cerro meus olhos no escuro

Enquanto cerro meus olhos não durmo

e as nuvens lacrimejam por mim, do céu negro escorre carmim



E é o mesmo sinal a tocar novamente

Enquanto o sino não soa e a ficha não cai,

a única percepção é que não há com quem brincar, não há com quem chorar

Enquanto ainda me sinto dormente,

a única percepção é que não há respiração, não há som, não há visão, não há batimento de [coração



E é o mesmo sinal a tocar novamente

Enquanto me encerro e escondo para não parecer doente,

sorrio e não acredito

Enquanto me perco em delírios, ilusão e quimeras,

espero por despertar disto que só pode ser um sonho



E é o mesmo sinal a tocar novamente

Enquanto roubada e violada

sinto-me doída, e a dor me faz tristemente inspirada

Enquanto estou quebrada e atormentada

não desejo ser consertada, amenizada, consolada...



E é o mesmo sinal a tocar novamente

E o sino que soa é a morte

Soem sinos, soem

Levem de mim a esperança e a sorte,

levem de mim o fascínio e os fortes.



Dedicado aos tão queridos que perdi.

À Angélica e também ao Ted, minha mais recente perda

Minha mais recente dor e tristeza.


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