domingo, 25 de outubro de 2009

Pelo que vivo. Pelo que morro. O que ignoro. O que queria...



Pelo que vivo. Pelo que morro. O que ignoro. O que queria...


Tudo pelo que vivo:

Luz de sol,

Gotas de orvalho,

Olhar sincero,

Beijo de lábios,

Abraço acalentador,

Desapego exterior...


Tudo pelo que morro:

Ímpeto de apatia,

Letargia,

Fantasmas internos,

Medos infantis,

Olhares dispersos,

Alma sombria e abatida,

Dor em demasia...

Alucinação,

Monstros e quimeras,

Abertura tardia de básculos,

Solidão,

Agonia,

Trevas,

Ausências...


Tudo o que não posso ignorar solitária:

Medo,

Dor,

Lágrima,

Lástima,

Torpor,

Pesadelos,

Solidão,

Desamor,

Falta de diálogo,

Delírios,

Sordidez de atos,

Martírios...


E é apenas o início do crepúsculo,

Apenas o início da separação:

Morte Vida,

Guerra Paz,

Mentira Verdade,

Ódio Amor,

Tristeza Felicidade,

Fantasia Realidade,

Real Utopia.


Mas a compreensão vem da queda,

Do ruir, da morte, do nada, da loucura...


Após a compreensão,

Após juntar de pensamento e informação,

Surge a tentativa de melhora.


Mas não posso me manter de fora,

Fugir à parte,

Melhorar a mim.


Tudo pelo que vivo:

Luz de sol,

Gotas de orvalho,

Olhar sincero,

Beijo de lábios,

Abraço acalentador,

Desapego exterior...


Tudo pelo que morro:

Ímpeto de apatia,

Letargia,

Fantasmas internos,

Medos infantis,

Olhares dispersos,

Alma sombria e abatida,

Dor em demasia...

Alucinação,

Monstros e quimeras,

Abertura tardia de básculos,

Solidão,

Agonia,

Trevas,

Ausências...


Tudo o que não posso ignorar solitária:

Medo,

Dor,

Lágrima,

Lástima,

Torpor,

Pesadelos,

Solidão,

Desamor,

Falta de diálogo,

Delírios,

Sordidez de atos,

Martírios...


Tudo o que queria:

Paz,

Amor,

Felicidade,

Tranqüilidade...

Embora almejasse mais, muito mais.


Não consigo fugir,

Me desapegar,

Deixar que tudo vá...

Fantasmas ainda lucram comigo

Porque a porta ainda está aberta.


Sagrado é o sonhar,

Apesar do perpétuo sonho ainda atormentar.


Por favor,

Retire meus medos obscuros,

Jogue-os, leve-os para bem longe.


Entoe canções de ninar,

Dê-me razões, mesmo que incertas,

Mostre-me que ainda vivo,

Que ainda sinto,

Que já não morro...


Mostre-me, mesmo que por meio de minhas obsessões,

O caminho, a lição, a luz

Para encontrar a mim mesma.

Pois assim não estarei perdida.

Mas por favor,

Por favor...

Fique e guie-me,

Refugie-me,

Salve-me,

Alerte-me que já é o fim...

Mas não me deixe findar...


Tudo pelo que vivo:

Luz de sol,

Gotas de orvalho,

Olhar sincero,

Beijo de lábios,

Abraço acalentador,

Desapego exterior...


Tudo pelo que morro:

Ímpeto de apatia,

Letargia,

Fantasmas internos,

Medos infantis,

Olhares dispersos,

Alma sombria e abatida,

Dor em demasia...

Alucinação,

Monstros e quimeras,

Abertura tardia de básculos,

Solidão,

Agonia,

Trevas,

Ausências...


Tudo o que não posso ignorar solitária:

Medo,

Dor,

Lágrima,

Lástima,

Torpor,

Pesadelos,

Solidão,

Desamor,

Falta de diálogo,

Delírios,

Sordidez de atos,

Martírios...


Tudo o que queria:

Paz,

Amor,

Felicidade,

Tranqüilidade...

Embora almejasse mais, muito mais.


Não consigo fugir,

Me desapegar,

Deixar que tudo vá...

Fantasmas ainda lucram comigo

Porque a porta ainda está aberta.


Sonhava em mudar o mundo,

Em me mudar,

Em ser notada,

Em ser a única...


Mas percebi que já não é possível

E nunca o foi...


Poderia ter corrido para sempre

A fim de fugir do pesar da descoberta.

Mas de que adiantaria?

De que adiantaria fugir

Se continuaria de luto pelo meu amor,

Pela minha dor,

Pelo meu torpor,

Pelo recém-criado e perpetrado vazio interior...?


Tudo pelo que vivo:

Luz de sol,

Gotas de orvalho,

Olhar sincero,

Beijo de lábios,

Abraço acalentador,

Desapego exterior...


Tudo pelo que morro:

Ímpeto de apatia,

Letargia,

Fantasmas internos,

Medos infantis,

Olhares dispersos,

Alma sombria e abatida,

Dor em demasia...

Alucinação,

Monstros e quimeras,

Abertura tardia de básculos,

Solidão,

Agonia,

Trevas,

Ausências...


Tudo o que não posso ignorar solitária:

Medo,

Dor,

Lágrima,

Lástima,

Torpor,

Pesadelos,

Solidão,

Desamor,

Falta de diálogo,

Delírios,

Sordidez de atos,

Martírios...


Tudo o que queria:

Paz,

Amor,

Felicidade,

Tranqüilidade...

Embora almejasse mais, muito mais.


Não consigo fugir,

Me desapegar,

Deixar que tudo vá...

Fantasmas ainda lucram comigo

Porque a porta ainda está aberta.


Por que dói tanto sentir?

Deveria mesmo passar por tudo isso?

Deveria mesmo sofrer tudo isso?

Deveria trancar a porta aberta?

Deveria mesmo trancar a minha última porta aberta?


Porque o dia em que o fizer será para sempre.

E se o fizer nada mais virá,

Nada mais surgirá,

Nada mais demonstrado será,

Nada mais...

Já que tudo trancado estará...


Por que fantasmas lucram comigo?

Se já não atento o ouvido,

Se já perdi meu espírito,

Se já não há qualquer alívio,

Se o tormento é velado martírio,

Se depois de tanta dor

Já não sinto,

Se o coração já não bate,

Se já não há escape,

Se mais eu morro,

Se mais eu sofro...


E após tudo...

Após tudo

Mais eu sinto.

Mais me perco.

Mais eu morro.



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